quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Se joga no cinema: A Origem



“A Origem” é espetacular. Não é de hoje que se sabe que o trabalho de Christopher Nolan é fantástico. Nolan já é devidamente premiado com o Oscar ao lado de seu irmão, Jonathan, pelo roteiro original do inteligente “Amnésia” (2000). Além disso, Chris Nolan dirigiu o ótimo “Insônia”, com atuação magistral de Al Pacino, mas atingiu seu ápice ao ressuscitar a saga “Batman”. Através de um roteiro conciso e de uma cinegrafia muito fiel à obscuridade dos quadrinhos clássicos, Batman Begins alcançou sucesso mundial e somou mais de US$ 200 milhões de dólares em arrecadação. Em seu segundo filme com o homem-morcego, Nolan escolheu o queridinho dos jovens Heath Ledger para o papel outrora de Jack Nicholson. O suicídio acidental do ator por abuso de medicamentos atraiu ainda mais atenção ao filme, que ostenta o título de 6ª maior bilheteria mundial de todos os tempos segundo o IMDB, com mais de US$ 1 bilhão arrecadados. Estes fatores viraram os holofotes ao roteirista e diretor e “A Origem”, assim como ganhar publicidade, herdou uma responsabilidade imensa.



Para seu thriller sci-fi/suspense psicológico, Christopher Nolan não se contentou com pouco, e escolheu alguns dos atores e atrizes com maior projeção no momento. E a química de tantos atores e atrizes renomados, a despeito de desconfianças, funcionou. Leonardo di Caprio assume o papel de protagonista novamente, e não decepciona como o especialista em espionagem corporativa Cobb. Atormentado pelo fantasma de sua esposa, Mal, interpretada pela oscarizada Marion Cotillard, Cobb é um anti-herói inacreditável. Ellen Page, do ingênuo-porém-bonitinho Juno, enleva o papel de Ariadne, uma estudante de arquitetura de destaque que passa a trabalhar para Cobb. Ken Watanabe reforça sua posição de melhor ator oriental da atualidade, enquanto Joseph Gordon-Lewitt, após o ainda mais ingênuo-porém-bonitinho 500 dias com ela, garante boas cenas de ação e se candidata a galã da geração geek.


"A Origem" traz a tona a discussão um tanto quanto filosófica do limiar que separa sonhos da realidade. O roteiro é rápido e ágil, algo fundamental para um filme de quase 150 minutos de duração e com um tema tão árido. As competentes direção de som, de Richard King, e mixagem de som, de Gary Rizzo e Lora Hirschberg, também merecem destaque. A solicitada tensão causada pelos efeitos sonoros chega a incomodar alguns espectadores, mas garante que o filme não perca o ritmo em momento algum. É previsível que “A Origem” seja indicado ao Oscar ao menos nas categorias consideradas “técnicas”. Mas eu não duvido que o filme alcance a nomeação ao prêmio máximo de Hollywood. Bem bolado e bem construído, “A Origem” é um filme imperdível.
  


LUXO: Atuações, roteiro, e som como não se via há tempos.
LIXO: Pequenas inconsistências no enredo, que não chegam a comprometer o filme, mas são claras.

Balanço Geral: Se joga na diversão, e corra imediatamente aos cinemas!




Passeando pela web, achei no 'Rope of Silicon' esse vídeo bem bacana a respeito dos efeitos sonoros usados no filme. Sem dúvida, sensacional.


"Inception" Sound for Film Profile from Michael Coleman on Vimeo.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Se joga no cinema: Uma prova de amor

Fantástico. Não há elogios suficientes para descrever este corajoso filme do já renomado produtor Toby Emmerich, de “Orgulho e preconceito”, “Mensagem pra você” e “Efeito Borboleta”, apenas para citar alguns de seus filmes mais recentes. Dirigido pelo pouco conhecido Nick Cassavetes (de Alpha dog), o longa mostra magnificamente a vida de uma família em torno de uma criança com leucemia, história que se repete em milhares e milhares de lares ao redor do mundo. Por representar algo tão real e que não se mostra rotineiramente na mídia, a história já seria unicamente emocionante.
Porém, há fatores adicionais que fazem valer ainda mais o ingresso para este drama. As atuações de Cameron Diaz, como a obcecada mãe Sara Fitzgerald, e da fantástica revelação Sofia Vassilieva, interpretando Kate, se destacam das demais; no entanto Abigail Breslin, que ficou conhecida por Pequena Miss Sunshine, não se destaca como o esperado.
O filme peca pelo elevado número de personagens em foco, o que acaba distraindo um pouco a atenção; não chega a ser um forte viés negativo, contudo: ainda assim, o filme consegue seguir com ritmo. Por outro lado, vale destacar o roteiro bem construído e bem desenhado, com flash backs interessantes e que não são cansativos nem confundem o espectador.
Em suma, este drama é imperdível.
Luxo: Atuações impecáveis e história comovente.
Lixo: Excesso de personagens distrai.
Balanço Geral: Se joga nos lenços de papel, que este filme te fará soluçar de chorar!
Alguém aí já viu?
 A seguir, o trailer:

domingo, 13 de setembro de 2009

Se joga no cinema: A verdade nua e crua


A "verdade" nua e crua, uma das comédias românticas mais esperadas dos ultimos meses, nao surpreende, mas tambem nao decepciona.

O longa é estrelado pelo queridinho do momento Gerard Butler (sempre em papéis que esbanjem masculinidade e que nao desafiem em nada sua - duvidosa - capacidade de atuar) e pela belíssima, porém majestosamente mal-aproveitada Katherine Heigl (famosa pelo seriado Grey`s Anatomy). Em papéis superficiais e ABSURDAMENTE exagerados (com merecido caps lock ligado) em um mal sentido, o filme se limita a proposta arraigada de seu genero - rir e mexer com o coracao de donzelas sonhadoras. Se a sua proposta é unicamente esta ao ir ao cinema, é um prato cheio de belíssimas carnes de três expoentes da beleza hollywoodiana. Três porque o mais sexy e charmoso loiro das terras estadunidenses Eric Winter (que eu conheci através do seriado Brothers and Sisters) completa o fajuto tripé amoroso do filme.

Após tantas críticas, voces poderiam pensar: por que assistir A verdade nua e crua? Ora, pelo mesmo motivo que qualquer outra sessao-pipoca! Entreter, passar o tempo, dar risada... a vida nao é feita apenas de sofrimento, nao é?

Porém, nao posso esquecer de destacar um ponto que me incomodou: para a mal-feita caracterizacao dos extremos de personalidade dos personagens, o filme apela para o politicamente incorreto chauvinismo. Pior: isso sequer é destruido em algum momento e, com a naturalidade que é tratado, leva a uma quase idolatria deste comportamento desprezivel na sociedade contemporanea. Quando se tenta aceitar as diferencas e mostrar os meandros do planeta, um filme que fale que "homens querem sexo, mulheres amor" deveria ser negativamente destacado. Uma pena.

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Luxo: Belos atores, risos euforicos praticamente garantidos.

Lixo: atuacoes fracas, historia fajuta e imagem distorcida do mundo.

Balanço Geral: Se joga com muita pipoca e bom humor, porém sem senso crítico.

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E ai, alguem mais viu?
Beijos, abracos!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Se joga no sofá - Nossa vida sem grace


Nossa primeira dica de filme em vídeo é o fantástico drama Nossa vida sem Grace, de 2007. John Cusack está simplesmente irrepreensivel no papel de Stanley Phillips, um pai de família que sofre com a perda de sua esposa e como lidar com suas duas filhas.

Um curto resumo da historia: Phillips tem uma esposa que trabalha no exercito e, morta em combate, deixa nosso protagonista em frangalhos. Cusack transparece muito bem o drama da perda, e o espectador terá momentos de amor e raiva com ele... ao mesmo tempo que se tem pena do seu sofrimento, entristece-se por sua forma de lidar com a dor - até, de certa forma, egoísta.

A historia nao tem grandes surpresas, mas o filme se conduz muito bem. A desconhecida Shelan O'Keefe, no papel da filha mais velha de Phillips, está encantadora.

O filme deve arrancar lagrimas até dos mais ceticos, e  é lindo. Uma historia de uma familia esfacelada pela guerra, já corriqueira nos EUA.

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Luxo: drama quebra-corações de primeira qualidade.
Lixo: aspectos tecnicos - como fotografia e edição - não sao mais que medianos.

Balanço geral: Se joga no sofá com lenços de papel a postos... e muita pipoca caseira, claro!

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Segue o trailer!

Se joga no cinema: Up - Altas aventuras

A maior estreia do fim de semana na minha opiniao, a mais nova animação da Pixar encanta a família toda. Nao que isso seja uma novidade à mais renomada produtora do genero da atualidade, porém mesmo comparativamente aos geniais "Procurando Nemo" e "Wall-e", o longa Up se destaca.

A história retrata o sonho de um senhor de idade, Karl, em levar a sua casa a um paraiso tropical na America do Sul. No caminho, ele nota que tem companhia: o escoteiro Russell. As desventuras destes parceiros de viagem, aparentemente tao díspares, sao o cerne deste filme.

Repleto de açao e diversao, o filme nao te deixa desgrudar da tela. Assistir em 3d, se disponivel, vale muito a pena: os efeitos de profundidade tornam a producao, que por si so beira a perfeicao, ainda mais realista. Tambem cativante é a trilha, muito bem desenhada para o filme. Porém, o que mais encanta é o perfil dos personagens: diferentemente da maior parte das animacoes, neste filme os personagens sao bastante profundos e encantadores. Sem dificuldades exageradas de meandros típicos do cinema europeu (o que comprometeria a diversao e entediaria a audiencia mais jovem), Russell e Karl se envolvem entre si e sao totalmente justificados. Abstraindo-se pequenas inconsistencias, o roteiro tem um desenvolvimento primoroso (lembrem-se que falamos de uma animacao...). Relacionamentos pessoais (especialmente familiares) sao o destaque, especialmente pela leveza e destreza com que se trata do assunto.

Este é um filme inserido em seu tempo, totalmente atual e cosmopolita, e que ainda gera gargalhadas espalhafatosas com coisas simples (como a voz alterada do cao alfa - que por si só vale o ingresso) e pode mexer com os coracoes mais moles.

Ah, e um detalhe interessante: filmes dublados sao meu calvario, e fujo deles sempre que posso. Desta vez, a preferencia pela terceira dimensao nao me deixou outra alternativa, escolha que nao me entristeceu em NADA! Chico Anisio está irresistivel, e o filme nao perde qualidade ou ritmo pela dublagem. Podem se jogar sem medo na versao verde-e-amarela!

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Luxo: producao primorosa e roteiro belissimo da sempre surpreendente Pixar.

Lixo: pequenas inconsistencias da historia, mas que nao chegam a incomodar.

Balanço geral: Se joga na melhor animaçao do ano!
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Segue o trailer!


E ai, o que acharam do filme?
Comentem, galera!
Ah, e vale a pena conferir o hot site do filme!
http://www.disney.com.br/cinema/up/
Tem jogos, detalhes, etc...

domingo, 30 de agosto de 2009

Se joga no cinema: Os normais 2

O filme estreou em 430 salas com 402 mil pagantes no primeiro fim de semana...
Se eu fosse voce 2, com 330 salas, possui o recorde do cinema nacional de espectadores nos primeiros três dias: 570 mil.

Os comentários em vídeo do nosso blog estreiam com Os normais 2!
Assistam a seguir:


E agora, o trailler do filme:



e o vídeo-surpresa, tirem as criancas da sala!






Opinem, comentem, gritem!
alguem viu o filme aí?
e a ideia do video, alguem aprova?
fazer alteracoes?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Se joga no cinema: Confissões de uma garota de programa

Quando um filme do renomado produtor e diretor hollywoodiano Steven Soderbergh (oscarizado por Erin Brockovich, de Onze, doze e treze homens e um segredo, Insônia, Traffic) possui apenas três sessões diárias em todas as salas de São Paulo, fiquei instigado a assistir ao filme do trailer sem falas que já me havia interessado. E confesso que não me decepcionei.
A quem não sabe, o filme narra desventuras, planos e conflitos de uma Escort girl nova-iorquina, que fatura alto e é extremamente ambiciosa; como pano de fundo, a mais profunda crise econômica global desde a grande depressão e a corrida presidencial americana.
Atenção a três aspectos técnicos: direção de fotografia, figurino e edição. Sem chamar muita atenção, porém com merecido primor, o trabalho destas áreas faz o seu papel: não rege o filme ou polui o desenvolvimento dos personagens, porém se faz presente e torna o filme uma experiência agradabilíssima. Dada a fantasia criada, merece também os parabéns a direção geral, que mantém estes fatores corretamente dimensionados na história.
A história, em si, é muito bem conduzida e construída. O espectador tem que permanecer colado na tela para não se perder, pois o filme não é linear. Não que a teia seja fundamental ao desenrolar dos fatos (na verdade não é), mas contribui para o filme não ser maçante ou frágil, dada a incompetência do elenco. Sim, meus caros, pode parecer duro, mas este é um aspecto latente: nenhum dos personagens é suficientemente complexo ou interessante (a se desconsiderar o aspecto físico do casal protagonista) para que se saia do cinema obcecado por este fator. Mas, como já ressaltado, a beleza do desconhecido Chris Santos e de Sacha Grey (famosa ex-atriz pornô) mantém o foco de qualquer ser humano com uma quantidade razoável de hormônios correndo no sangue.
O desfecho (desta longa metragem de meros 78 minutos) se dá da mesma forma que o filme se conduz: suave e elegantemente superficial, possui aquele toque de requinte que apenas uma prostituta de luxo ou a inebriante Manhattan conseguem ter.
Luxo: requinte, luxo e beleza atordoando o espectador
Lixo: superficialidade não se limita aos personagens, mas alcança a atuação
Balanço geral: Se joga na elegante frivolidade do sub-mundo requintado.
Alguém aí já assistiu?
Vai assistir?
Opiniões são benvindas!
Abaixo, o trailler:

Se joga no cinema: Brüno

Por mais que o slogan do filme seja “Borat foi TÃO 2006”, não se pode dizer que Sacha Baron Cohen tenha mudado muita coisa de seu estilo cinematográfico de lá pra cá. Brüno é claramente um filme inspirado naquele que lançou seu criador e, para o espectador um pouco mais exigente, não é muito mais do que isso.
A comédia de Cohen é recheada de críticas à sociedade moderna, principalmente à americana. Sob esta ótica, o filme possui um sarcasmo único, e consegue como nenhum outro deflagrar absurdos: conservadorismo, adoção, serviço militar, abismo étnico, abuso do trabalho infantil e homossexualidade são alguns dos temas abordados com a naturalidade e o escracho já conhecidos do grande público, sem temer chocar os mais conservadores.
Porém, o filme não se limita a chocar os conservadores. Em alguns momentos, como na exageradamente longa exibição de um órgão sexual masculino dançante, no abuso de imagem de transeuntes assustados (diversos processos foram lançados contra produtores do filme) ou no desrespeito a alguns fatores culturais, o filme ultrapassa os limites da crítica e do humor.
Como filme, também, sequer se alcançam às expectativas. Brüno é ainda mais lento que Borat, e se nota uma certa impaciência pelo desfecho da obra a partir de um momento. Totalmente focado em seu protagonista, porém com atuações interessantes de alguns coadjuvantes, como de Gustaf Hammarsten, o filme não consegue manter a atenção da platéia por muito tempo.
Não que Cohen se importe com a crítica, porém seu estilo precisa de uma chacoalhada. Borat – realmente – foi muito 2006, e Brüno não consegue se desfazer de seus genes. No entanto, para quem gosta do estilo, este filme é imperdível.
Luxo: critica a sociedade moderna e atitudes corriqueiras sem precisar de meias-palavras.
Lixo: falta de ritmo enfadonha o espectador que já assistiu a Borat.
Balanço geral: Se joga, mas nem tanto...

E você, o que achou?
Opine, fale, grite!
Esse blog também é seu...
Abaixo, o trailer do filme:

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A sessão já vai começar...

Benvindos ao Se joga na pipoca!, um blog completamente descompromissado e irreverente a respeito do incrível mundo do cinema. Aqui, vamos discutir lançamentos no cinema nacional, em DVD ou blu-ray, expectativa por novos filmes, séries, sagas, trilogias.
Os temas serão variados, dependendo do humor do blogueiro, mas pretendo fazer uma crítica de cada filme que assistir... Notas e critérios de avaliação estão nos planos, assim como enquetes e discussões mais amplas.
Não quero que esse blog seja linear, mas interativo!
Vamos construí-lo juntos, ok?
Se não, a Natalie Portman vai ficar triste...
Então, se preparem! A sessão já vai começar...
corram que ainda dá tempo de pegar a sua pipoca e o seu refrigerante!
As atualizações serão divulgadas pelo meu twitter pessoal, então sigam @fhkinder
Beijos, abraços, e bom filme a todos!