terça-feira, 25 de agosto de 2009

Se joga no cinema: Brüno

Por mais que o slogan do filme seja “Borat foi TÃO 2006”, não se pode dizer que Sacha Baron Cohen tenha mudado muita coisa de seu estilo cinematográfico de lá pra cá. Brüno é claramente um filme inspirado naquele que lançou seu criador e, para o espectador um pouco mais exigente, não é muito mais do que isso.
A comédia de Cohen é recheada de críticas à sociedade moderna, principalmente à americana. Sob esta ótica, o filme possui um sarcasmo único, e consegue como nenhum outro deflagrar absurdos: conservadorismo, adoção, serviço militar, abismo étnico, abuso do trabalho infantil e homossexualidade são alguns dos temas abordados com a naturalidade e o escracho já conhecidos do grande público, sem temer chocar os mais conservadores.
Porém, o filme não se limita a chocar os conservadores. Em alguns momentos, como na exageradamente longa exibição de um órgão sexual masculino dançante, no abuso de imagem de transeuntes assustados (diversos processos foram lançados contra produtores do filme) ou no desrespeito a alguns fatores culturais, o filme ultrapassa os limites da crítica e do humor.
Como filme, também, sequer se alcançam às expectativas. Brüno é ainda mais lento que Borat, e se nota uma certa impaciência pelo desfecho da obra a partir de um momento. Totalmente focado em seu protagonista, porém com atuações interessantes de alguns coadjuvantes, como de Gustaf Hammarsten, o filme não consegue manter a atenção da platéia por muito tempo.
Não que Cohen se importe com a crítica, porém seu estilo precisa de uma chacoalhada. Borat – realmente – foi muito 2006, e Brüno não consegue se desfazer de seus genes. No entanto, para quem gosta do estilo, este filme é imperdível.
Luxo: critica a sociedade moderna e atitudes corriqueiras sem precisar de meias-palavras.
Lixo: falta de ritmo enfadonha o espectador que já assistiu a Borat.
Balanço geral: Se joga, mas nem tanto...

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Abaixo, o trailer do filme:

Um comentário:

  1. Eu não gosto muito desse cara não. Entendo o que ele tá propondo, a crítica é boa mas se perde por fazer um humor meio baixo e até meio tolinho. A idéia de fazer algo entre a ficção e o documentário é sensacional, mas também poderia ser melhor explorado, a ponto de escancaram o ridículo desse mundo da moda etc. Enfim, parabéns pelos textos e bem-vindo ao mundo dos blogs!

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